IDH - País registrava crescimento do IDH desde 2010, mas manteve mesmo patamar
entre 2014 e 2015. Nações Unidas divulgaram nesta terça ranking de
desenvolvimento com 188 países.
Por
Filipe Matoso, G1, Brasília
Ranking
mundial de desenvolvimento humano, divulgado pelo Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (Foto: Arte/G1)
O Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) divulgou nesta terça-feira (21) o
Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH), e o Brasil se manteve no 79º lugar
no ranking que abrange 188 países, do mais ao menos desenvolvido. O relatório
foi elaborado em 2016 e tem como base os dados de 2015.
O IDH é um
índice medido anualmente pela ONU e utiliza indicadores de renda, saúde e
educação (entenda a metodologia ao final desta reportagem).
O ranking
mundial de desenvolvimento humano dos países apresenta o índice de cada nação,
que varia de 0 a 1 – quanto mais próximo de um, mais desenvolvido é o país. No
RDH divulgado nesta terça, o Brasil registrou IDH de 0,754, mesmo índice que
havia sido registrado em 2014.
Conforme o
relatório da Pnud, esta foi a primeira vez desde 2010 que o IDH do Brasil se
manteve no mesmo patamar:
A ONU divide os
países entre os que têm o desenvolvimento humano "muito alto",
"alto", "médio" e "baixo".
Veja na imagem
abaixo quais países ocupam os primeiros lugares no ranking mundial de IDH; os
que estão próximos à faixa do Brasil; e os que ocupam os últimos lugares no
ranking (na sequência, saiba mais sobre o IDH dos países vizinhos;
e os índices do Brasil para educação e desigualdade):
Ranking mundial de desenvolvimento
humano, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Foto:
Arte/G1)
América Latina
Na América do
Sul, alguns países vizinhos
ao Brasil apresentaram índices de desenvolvimento humano melhores.
O Chile,
por exemplo, ficou em 38º lugar, com IDH 0,847; a Argentina,
em 45º lugar (IDH 0,827); o Uruguai, em 54º
lugar (IDH 0,795); e a Venezuela, em 71º lugar (IDH
0,767).
No Mercosul, o
único abaixo do Brasil no ranking é o Paraguai, no 110º lugar (IDH 0,693). O
país se enquadra naqueles com desenvolvimento humano "médio", segundo
a ONU. Outros países vizinhos, como Equador (IDH 0,739) e Colômbia (IDH 0,727),
ficaram nas posições 89 e 95, respectivamente.
Na América
Central, também há países melhores classificados do que o Brasil. Cuba,
por exemplo, está no 68º lugar (IDH 0,775); Trinidad e Tobago, no
65º lugar (IDH 0,780); e Barbados, na 54ª posição (IDH 0,795).
Brics
Entre os Brics,
grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o país está
atrás somente da Rússia, no 49º lugar (IDH 0,804).
Na sequência,
entre os países do grupo, aparecem China, no 90º lugar (IDH 0,738, excluída
Hong Kong); África do Sul, na 119ª posição (IDH 0,666); e Índia, no 131º lugar
(IDH 0,624)
.
Desigualdade
Ao elaborar o
Relatório de Desenvolvimento Humano, o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento também divulga o "IDH ajustado à desiguldade".
Nem todos os
países têm esse índice medido pela ONU. No caso do Brasil, o Pnud afirma que,
se for levado em conta o "IDH ajustado à desigualdade", o índice de
desenvolvimento humano do país cairia de 0,754 para 0,561 e o Brasil cairia 19
posições no ranking mundial. Países vizinhos como Argentina e Uruguai também
perderiam posições, 6 e 7, respectivamente.
Entre os 20
primeiros países do ranking, classificados entre as nações com desenvolvimento
humano "muito alto", somente Países Baixos, Islândia, Suécia e
Luxemburgo ganhariam posições, se levada em conta a desigualdade social.
Estados Unidos, Dinamarca e Israel, por exemplo, cairiam.
Escolaridade e expectativa de vida
Um dos itens
que compõem o IDH é a expectativa de anos de estudo dos cidadãos. De 2010 a
2013, esse número subiu de 14 anos para 15,2 anos, mas, desde então, não
aumentou, se mantendo o mesmo em 2014 e em 2015.
A média de anos
de estudo, por outro lado, manteve neste ano a trajetória de crescimento que
vem sendo registrada desde 2010. Naquele ano, eram 6,9 anos. O número, então,
subiu para 7,2 anos em 2012 e para 7,7 anos em 2014, por exemplo, chegando a
7,8 anos em 2015. A média brasileira, porém, está abaixo das registradas no
Mercosul e nos Brics.
Outro idem
levado em conta na composição do IDH é a expectativa de vida ao nascer. Segundo
o relatório divulgado nesta terça, a expectativa dos brasileiros manteve a
trajetória de crescimento dos últimos. De 2014 para 2015, o índice subiu de
74,5 anos para 74,7 anos.
Desde 2010, o
número tem subido. Naquele ano, eram 73,3 anos, depois, em 2011, passou para
73,6 anos; 73,9 anos (2012); e 74,2 anos (2013).
Metodologia
De acordo com a
ONU, o Índice de Desenvolvimento Humano leva em cosideração três fatores:
·
Saúde (expectativa de vida);
·
Conhecimento (média de anos de estudo e os anos esperados
de escolaridade);
·
Padrão de
vida (renda
nacional bruta per capita).
Para formular o
IDH, o Pnud informou que não coleta dados com os países analisados, mas, sim,
checa bases de dados internacionais, como da Organização Mundial de Saúde (OMS)
e da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
De acordo com
as Nações Unidas, é comum, após a divulgação do IDH, países reivindicarem
melhores avaliações conforme dados próprios, contrariando o "princípio de
independência" que o Pnud defende para o ranking mundial.
O IDH divulgado
nesta terça foi elaborado em 2016 com base nos dados de 2015. O relatório do
Pnud abrange 188 posições (no caso da China, o IDH de Hong Kong é divulgado em
separado).
Segundo a ONU,
o índice foi criado como uma forma de se contrapor ao critério de
desenvolvimento de um país tendo como base somente o resultado de crescimento
econômico, medido pelo Produto Interno Bruto (PIB).
O organismo
internacional diz que outros critérios, como acesso à educação e expectativa de
vida, também devem ser usados para medir o desenvolvimento de um país.
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